sexta-feira, 20 de abril de 2007

Composteira

Hoje finalmente a composteira da Moleque nasceu!!!

Composteira serve para transformar o lixo orgânico em adubo para as plantas.

Trata-se de colocar em um recipiente fechado, mas com algumas entradas de ar e com umidade os restos de frutas, cascas de ovos, borra de café e folhas e talos de veduras e legumes.

Mas tem um detalhe importante; este material não pode ser cozido ou assado, nem conter nehum tipo de carne para evitar a proliferação de animais que transmitem doenças!

Uma pesquisa mostra que 65% do peso do nosso lixo é composto de material orgânico, claro que nestes dados também estão incluidos os restos orgânicos que passaram no fogão, e que também podem ser transformados em adubo, mas precisam de um espaço maior e de um tratamento específico.

O que a gente usou para servir de composteira foi uma gaveta velha que nós furamos, e aproveitei e fiz um desenho e uma explicação e colei num cesto de lixo para separar o material.

O pessoal todo da Moleque se amarrou, so falta a Leila ver e dizer o que achou, espero que ela goste!!

domingo, 8 de abril de 2007

Flor de lótus




Este texto foi resultado de quatro anos e meio e mais um sexta feira cansativa, é apenas um desabafo.

FLOR DE LÓTUS

Estudo e trabalho dentro de um dos, senão o maior, centro de produção de ciência e tecnologia, onde muitas empresas grandes estão instaladas. Estas empresas têm capacidade de patrocinar suas pesquisas, e assim desenvolver sua área de interesse. Curiosamente, quando vamos para a UFRJ, atravessamos um grande paradoxo.Um ponto de muito conhecimento, cultura, discussão de problemas, investimento em tecnologia rodeado de uma demanda de conhecimento, cultura, soluções ou pelo menos gestão de uma série de questões sócio-ambientais.Enquanto estamos protegidos em nossa rotina a parte desse universo paralelo em ebulição ao nosso lado, continuamos, entretanto, vendo, sentido o cheiro,ouvindo e torcemos apenas para chegarmos em casa sem compartilhar da violência que ocorre a nossa volta, sem entendermos o porque que uma gente tão boa e trabalhadora, que inclusive participa de passeatas pela paz vestido com uma camisa branca e empunhando um cartaz dizendo:"Paz por favor!, passa por isso.

Mas parece que nossos pesquisadores esqueceram que parte investimento destinado a UFRJ deve ser utilizada em projetos que estendam suas atividades à sociedade.

E ai, eis que, como a flor de Lótus, surge da lama composta por todo o tipo de material imaginável, uma casa flutuante. Ela aparece ali, na nossa cara, como uma bofetada nos nossos conceitos, argumentos, teses, antíteses e sínteses.

Para mim ela diz claramente: lixo é apenas um conceito inventado para determinar algo que não presta para ninguém, e que a partir do momento em que jogamos o lixo em uma lixeira, ele não faz mais parte de nossas vidas. Mas o que chamamos de "lixo não se observa em nenhuma manifestação da natureza, se todos os elementos que utilizamos para manufaturar o que precisamos já estavam ai em outra ordenação e proporção e se nós os rearranjamos, (e não sejamos pretensiosos de acreditar que somos os únicos rearranjadores de matéria) porque produzimos lixo? Outra coisa que brota na minha cabeça ao observar a cena de uma casa flutuante feita de “lixo” de frente a entrada da UFRJ é a estranha relação entre a acumulação de capital, a degradação ambiental e a produção deste “lixo”, enquanto as pessoas mais ricas produzem mais poluição, as pessoas mais pobres sofrem mais com os efeitos dela, e quando um pobre cata o lixo e o transforma, ou pelo menos participa ativamente do processo de re-introdução desse material no sistema ele não é reconhecido como ecologista, e sim como catador, para ser um ecologista ele precisa viver perto de uma floresta e catar o lixo da praia no dia da praia, ou falar de limpar a água no dia da água, ou abraçar uma árvore no dia da árvore, ou alguma coisa assim. Enquanto isso nossas bibliotecas continuam cheias de produção científica.

No curso de Geografia da UFRJ eu conheço dois professores que tem algum projeto de extensão universitária, entretanto sem uma projeção, ou valorização maior dentro do meio acadêmico, é possível que eu esteja enganado, e que durante esse quatro anos e meio que passei lá aconteceram vários projetos de extensão com vários professores, mas que eu não fiquei sabendo, mas se assim for o que me vendou todo esse tempo?

O tempo passa, os currículos engordam, os problemas aumentam, e continuamos a masturbar nossos cérebros acrescentando vírgulas no corpo cientifico, afinal, tudo pela ciência, a ciência pela ciência, salve a ciência pura, pura como a água sob a casa flutuante...


terça-feira, 3 de abril de 2007

Consumo

Hoje depois da aula e de uma conversa com meu camarada Caito refleti um pouco sobre o consumo.

Ás vezes tenho a sensação de que a busca pela qualidade, que na minha opinião, todas as pessoas de certa forma fazem, é confundida pela busca pela acumulação de bens. Como se a posse de mais ou menos bens pudesse distinguir as pessoas entre os que se dão bem e os que se dão mal.

Para mim isso é um equívoco visto que você não se torna mais esperto porque tem mais dinheiro, ou mais bonito porque tem um belo, caro e poluidor carro, e ai daquele que achar que quem se aproxima dele por isso é porque realmente gosta dele, é só aparecer alguem com mais dinheiro ou um carro melhor que você será trocado como se fosse um figurinha repetida, então que amor é esse?Que felicidade é essa da qual você enjoa de tudo que comprou e as próprias pessoas enjoam de você?

Eu acho mesmo que algumas pessoas se preocupam tanto com os bens materiais, o dinheiro, o reconhecimento, o status de ter grana que se esquecem de se preocuparem em serem pessoas melhores, e por mais que sejam ricas seu dinheiro sempre vai parecer água salgada para matar a sede.