sexta-feira, 14 de maio de 2010

"Aquele que ensina"

Antigamente a aprendizagem acontecia de forma diferente.

Pelo menos em algumas área, não se utilizava uma estrutura hieraquizada e produzida para o aprendizado de um "conteúdo".

Se alguém queria ser um marceneiro ou sapateiro ou outro ofício qualquer, essa pessoa procurava uma pessoa mais experiente no assunto, ou um mestre e o acompanhava em sua rotina.

A prática e a observação de uma pessoa fazendo era a base da aprendizagem e a técnica se desenvolvia de forma natural e adaptada às condições de cada um.

As intituições de ensino criaram o papel do professor ou "aquele que vai ensinar um conteúdo a outros que não sabem".

O que se vai aprender não está mais relacionado com o que se quer aprender e o para que se vai aprender.

Os próprios professores muitas vezes não praticam ou utilizam o conteúdo que "ensinam".

Enquanto as questões aparecem na vida de forma real, e transdisciplinar, demandando conhecimentos, as instituições tratam o conhecimento de forma fragmentada e desligada com o mundo real.

O conhecimento se torna virtual, sem consistência, e serve desta forma para a construção de um "curriculo", que legitima o conhecimento que teria sido desenvolvido e mantém um status de "conhecedor", formado no ensino médio, ou geógrafo, ou engenheiro.

Quando se consegue um trabalho real temos que aprender, através da prática e da observação como se faz.

É um sistema que gasta energia e torna o aprender muito mais demorado, ineficaz e muito menos prazeroso.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Geografia e planejamento territorial.

Estamos acompanhando o colapso de um modelo de planejamento territorial que reflete o modelo de sociedade que vivemos.

O acúmolo, a centralização de funções, pessoas, oportunidades e desigualdade é semelhante a proposta de acumulação de capital pela economia.

A megalópole, as metrópoles na minha opinião serão substituidas, seja por um planejamento seja pelo caos que irá destruir suas estruturas.

Nosso modelo de consumo também tem reflexos no planejamento territorial. A lei de mercado atropela os planos diretores e a cidade constroi cada vez mais prédios, lotei cada vez mais casas pressionando todo o sistema urbano e as áreas com cobertura florestal que restaram.

As catástrofes que ocorreram não são uma surpresa, os problemas com transporte não são inesperados assim como a falência de cada elemento da infra estrutura das cidades. As soluções vem a partir de um pensamento macro economico e político e servem para cavar um buraco para utilizar a terra para tapas outro buraco.

A paz, essa paz tão sonhada não será conquistada com passeatas ou entrepostos militares em áreas pobres. Ela será conquistada com justiça e uma educação que valorize a colaboração ao invés da competição.

O movimento de saída das metrópoles já começou para algumas pessoas. Em alguns casos de uma forma romântica ou covarde, em busca da terra prometida e fugindo do "stress" da cidade. Não existe nenhum lugar onde o trabalho não custe o suor do rosto e não adianta sair da cidade para reproduzí-la em outro lugar.

Existem pessoas saindo com outro nível de consciêcia, buscando uma nova proposta de vida e de participação social. Centros se espalham pelo mundo como uma grande rede de transformação das vivências. Eles atuam inclusive dentro das cidades, subvertendo-as, criando novos dispositivos para se viver de outra forma.

A fórmula é a não fórmula. Trabalhar com as demandas de acordo com cada situação. Lógico que a experiência é valiosa, valiosa demais eu diria, mas ela deve ser um processo em constante tranformação.

Deixem os pessimistas reclamarem e se conformarem com a vida mediucre de consumir e morrer. Vamos na luta, viveremos uns cem anos, comparado a história da humanidade é menos de um segundo, muito pouco tempo para disperdiçar pensando que não vai dar certo. Se vai ou não ninguém que está vivo hoje vai saber então prefiro continuar insistindo que vai dar certo e que eu farei parte desta conquista.