quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tecnologia e tradição.

Os avanços tecnológicos são muitas vezes entendidos como algo aposto a tradição.

Acho essa perspectiva pouco construtiva.

Acredito que toda inovação tecnológica ou artística provém não de uma capacidade individual, mas de uma atmosfera que permite que ela ecloda. É como se diz: ninguém cria a arte, a arte se manifesta através de você.

Tanto é que algumas "invenções" como a luz, o avião e a escrita tem sua autoria questionada porque em diversas regiões elas ocorreram mais ou menos ao mesmo tempo.

Por isso o passado não deve ser um elemento paralisante, de forma que se tenha que mantê-lo a qualquer custo, mas de forma nenhuma descartado.

Assim como acontece nos ecossistemas, as melhores ideias e ações vão permanecendo, sendo selecionadas, sofrendo mutações e muitas vezes não é preciso gastar energia para inventar o que já existe e funciona bem.

No caso de comunidades que trabalham com a pesca por exemplo:
O conhecimento desenvolvido a cerca dos ciclos ecológicos que envolvem os ecossitemas marinhos foi construído ao longo de muitos anos, muitas pessoas, muitas vivências. Este é um conhecimento inestimável e deve ser considerado tão legítimo quanto o conhecimento científico, que "prova" suas teorias a partir de estatísticas.

Isso não significa negar a ciência, significa transformá-la, tirá-la do pedestal de conhecimento legítmo, reconhecido por lei até para abrir as portas da ciência para esse conhecimento popular.

A ciência pode contribuir e muito para que a sociedade funcione melhor, se ela fizer parte desta sociedade, viver seus problemas, aprender com as experiências pensar nos números e nas prosas, assim com qualquer pode contribuir também.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Dezarie.

Eu adoro esta música.


Higiene e estética, quanta contradição.

Hoje em dia vejo que conceitos sobre a higiene se confundem com uma estética antiga, pré-conceituosa e monocultural.

Vou colocar dois exemplos para ver se consigo cristalizar meus pensamentos.

O primeiro é o do desodorante. Desodorante é um produto químico para evitar odores. No meu caso, quando criança eu não tinha nenhum odor nas axilas. Achava legal o meu primo mais velho usar desodorante, ficar perfumado e usei também. Não sei se é a causa direta, mas fato é que depois disso eu passei porque se não fico com um odor desagradável debaixo do braço.
Meu pai nunca usou desodorante na vida. Ele é um grande corredor, e quando chega da corrida totalmente suado não está com nenhum cheiro desagradável. Podem ser apenas fatos isolados da minha experiência pessoal.
Fato é que o desodorante não é um produto de higiene pessoal. Inclusive segundo diz no wikipedia sobre desodorantes , os denominados antitranspirantes podem causar inflamações.
É um produto que tem mais haver com a estética do que coma higiene, mas quem não usa desodorante é um porco?

O segundo é a descarga do vaso sanitário. Um ser humano segundo este site produz de 400 a 500 gramas de fezs por dia. E segundo este outro site no caso das descargas mais nonas gastamos 6 litros de água por cada vez que usamos. Isso sem falar na descarga que acionarmos para nos livrarmos da urina, que é ainda mais frequente geralmente.

Então eu pergunto é inteligente e higiênico diluir 400 ou 500 gramas em 6 litros?
E para onde vai este material? Quanto mais é gasto até o fim do tratamento (isso quando é tratado e não jogado diretamente em um curso d'agua)?

Existem outras alternativas como o banheiro seco, que não utiliza água e transforma as fezes em adubo ou o biodigestor que além do adubo produz metano utilizável. Algumas pessoas que converso só de pensarem em lidar com este tipo de coisa se sentem enojadas e realmente não acreditam que isso sim seria uma atitude higiênica.

Higiênico deveria ser aquilo que promove a saúde pessoal e ambiental .

sábado, 21 de março de 2009

Novas tecnologias de localização.

As novas ferramentas que temos hoje para localização trazem uma tranformação profundana sociedade moderna.

Pensar que eu posso ter acesso a mapas do mundo inteiro, com uma ferramenta de busca por endereços como é o caso de programas e sites como Google earth ou Google maps permite que com apenas alguns dados eu consiga visualizar todo o percurso da minha casa até quase qualquer lugar do mundo.

Mesmo assim alguns lugares são menos privilegiados do que outros em relação a esse serviço de acesso aos mapas.

Minha dúvida é se esse lugares são representados com uma definição pior porque ainda não se tem dados cartográficos sobre a região ou se eles não são representados por que não é conveniente para algum grupo.

Digo isso porque para as comunidades isoladas que realmente seriam beneficiados com esses dados, este instrumental geralmente é precário.

Até acredito que é difícil obter dado de toda a amazônia por exemplo, mas dentro do estado do Rio de Janeiro, em uma região de conflito fundiário entre mega empresários e Caiçaras, na Península da Juatinga será que estes dados ainda não foram coletados ou simplesmente deixou-se aquele borrão?

terça-feira, 17 de março de 2009


Imagens de satélite de Marte. Realmente é uma obra de arte, todo colorido. O que mais me impressionou foi a geomorfologia marciana. As feições sugerem canais fluviais.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Poema

Um pouco solto,
um outro tolo,
um troco no bolso,
um sorriso no rosto.

Singelo sorriso,
o sol amarelo,
moleque magrelo,
esperto, espero.

Outro dia levanta,
levando a vida,
lavando a alma,
ainda amando.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Efeitos de borda e aproveitamento de potencialidades.

Quando estudei os efeitos de borda de um clareira provocada por deslizamento tive oportunidade de perceber a disputa entre a energia da floresta tentando colonizar a área degradada e ao mesmo tempo a área degrada influenciando de forma negativa (alterando o microclima) a floresta no entorno.

Inspirados nestas reflexões fizemos na Moleque de idéias uma programação usando o software Stagecast.



Se quiser experimentar a simulação clique na imagem.

As pesquisa indicam que a forma da clareira é um elemento importante para potencializar a recuperação ou degradação da área, e da mesma forma verificamos isso em nossa programação.

A borda é o ambiente de transição, de mudança, é onde existe a potência de trasnformação.

O processo tanto de degradação quanto de recuperação natural de áreas degradadas começa pelas bordas. Por isso acredito que ao pensar em uma intervenção, no caso um plantio por exemplo, ou algum projeto de recuperação de áreas degradas, deve-se buscar este padrão.

Aproveitar o potencial das bordas. Pode ser feito criando circulos de fertilidades, um ao lado do outro, ou observar outra borda e estimulá-la, intervir nestes espaço de transformação e energia potencial.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sociobiodiversidade?

O que significa Sociobiodiversidade?

Parece um termo associado a um produto que, além da valorização e preocupação com a sustentabilidade ambiental, também se preocupe com a sustentabilidade cultural.

A proposta se apresenta com uma roupa bonita, ética, justa...

Resta saber se será mais um discurso, como já ouvimos tantos do tipo: eco resort, eco condomínio, eco qualquer coisa, ou então a agenda 21 ou o próprio conceito de sustentabilidade, e por ai vai.

Todos estes conceitos tiveram em sua origem idéias boas, que foram apropriadas pelo discurso capitalista e se transformaram em produtos.

A fagositose capitalista dos conceitos é impressionante.

A idéia de que é possível uma sociedade convivendo com o ambiente de forma harmônica permanece. O problema é tapar o sol com a peneira. Colocar espécies exóticas ornamentais no jardim ou na frente do condomínio está a milhares de quilômetros do que é viver de forma harmônica.

Temos então termos desgastados, pessoas desiludidas e discussões acadêmicas para definir o que todos sabem o que é na real.


Mas vamos lá. Eu, a princípio, prefiro pensar na sociobiodiversidade como uma preocupação com a cultura intrísecamente ligada a um lugar, um ambiente. Prefiro escutar o que essa cultura tem a me dizer. Prefiro que ela apresente, discuta e evolua suas formas de se relacionar com o ambiente. E tento aprender e aplicar onde posso.

Voltando a Blogar.

Depois de muito tempo, aqui estou eu blogando!

Este tempo que passou foi, para mim, um perído de intensas transformações e ajustes.

Ciclos estão se completando e outros se formando tal qual um espiral.

Final da graduação, casa nova, pessoas que se vão, novas responsabilidades no trabalho.

Continuo no caminho, aliás, é preciso dedicar-se ao caminho, mais do que o fim da caminhada, que geralmente significa o começo de outra, mas o caminho, viver o caminho por ele mesmo, não como um meio para chegar a um fim, mas um processo em si de aprendizado e crescimento.